Projeto Cultural: “Almada na Rota da Lusofonia ”  Países Africanos Língua Oficial Portuguesa: Angola, Cabo – Verde, Guiné- Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe

Em tempos de celebrar Abril e Almada, como Cidade, 50 anos depois, faz sentido resgatar do esquecimento a história dos migrantes naturais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que aportaram a Almada, a partir da revolução de 1974. Um marco importante e significativo, no contexto do processo da pós-colonização. As populações de origem cabo-verdiana, guineense e são-tomenses, chegaram, em maior número  e,  posteriormente, os indivíduos e famílias de Angola e Moçambique. Estas comunidades foram portadoras do seu sistema cultural de origem, que souberam reproduzir, na terra e nos bairros de acolhimento, através de dinâmicas, relacionadas com a gastronomia, o vestuário, a música, a dança, a língua, a religião, as festividades, partilhando vivências, no seio da família e da vizinhança, numa rede de entreajuda, estruturante para o crescimento e  consolidação da diversidade cultural das  gentes de Almada, terra de muitos povos. Da comunhão de aspetos socioculturais comuns e da descoberta e assunção de aspetos identitários, diferenciadores, se fará caminho pela Rota da Lusofonia, a partir do Centro Cultural Fernão Mendes Pinto.

O projeto “Almada na Rota da Lusofonia” inscreve -se na história e na memória de povos unidos por laços culturais e fraternos. Merece ser financiado porque se propõe reconhecer e valorizar as comunidades africanas que migraram para Almada, no decurso do processo revolucionário, que viabilizou a descolonização dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. Este movimento, de suma importância para a libertação dos povos, constituiu, como sabemos, uma mais-valia significativa para o desenvolvimento social, cultural e económico de Almada. Nesta perspetiva, o referido projeto contribuirá para refletir sobre os benefícios tangíveis e intangíveis da migração dos PALOP, pioneira na promoção de  mudança e de melhores condições de vida democrática e cívica, reforçando o sentido de pertença, de justiça e de coesão social.

OBJETIVO

Conhecer, sensibilizar e valorizar as comunidades provenientes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP); identificar e reconhecer a diversidade cultural, como traço incontornável da matriz de Almada, espaço de liberdade e de emancipação das pessoas migrantes; contribuir para dignificar o acolhimento e a integração das comunidades migrantes, no território de Almada; privilegiar o Centro Cultural Fernão Mendes Pinto, como lugar de encontro e celebração das memórias, trajetórias, identidades, revisitando a história e a narrativa de vida dos migrantes; promover o desenvolvimento pessoal e sociocultural das gentes de Almada, em valores de cidadania democrática, participativa e inclusiva;